segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Filmes: Gonzaga/ Zarafa

Unf! Que semaninha... sinto um alívio enorme, porque outubro já se vai. E ao mesmo tempo curiosa/aflita pelo que virá. Como pensei, um mês de transição, de definição, de alegrias e saudade também. Espero pelo bem, pela paciência, bondade e gentileza. Cada vez mais sinto as pessoas cruéis, insensíveis e egoístas, como de fato são.  Não quero fingir que elas não são, mas ao meu redor não quero mais sentir isso - ao menos, não tão explícito. Agora eu quero paz na cabeça e amor no coração. Não qualquer sentimento-meia-boca...
E que seja, que venha e tenha! Estarei aqui.

Foi uma semana também atípica: b-day e fechamento do semestre (ou quase! rs). Voltando pra casa e também com saudade do que ficou pra trás (parecem iguais, mas são totalmente distintas). Mas feliz, porque eu quero mais - mais vida! Nessa semana também acabei indo pro cinema duas vezes. Acho que isso nunca tinha acontecido, porque acho o cinema um lugar super não-lugar. Dentro de um shopping o cinema se esvai de sentindo, o que quero dizer é aquele cheiro de plástico: pipoca, refrigerante, atendentes, cadeiras e ar condicionado plastificado. As pessoas, a relações entre as mesmas e entre os filmes também se plastificam. Não plasticidade, como característica  plural, que se molda e tal e tal. Mas plastificado de embalagem fajuta, que pode até guardar algo de bom (e eu acredito nisso!), mas que você recebe, guarda, mas sempre fica com aquele sentimento de que poderia ser melhor - ou no mínimo mais cheiroso... E não precisa ser mais elaborado, ou refinado. Só precisava ser mais autêntico, que inspirasse sentidos mais amplos, mais mundos, mais críticos. Eu sei que o cinecult se esforça (e que bom que ainda existe!), mas ainda assim tem pouca abrangência, e aquele lugar com cheiro de plástico às duas horas da tarde... Mas enfim! Vim aqui pra trazer um pouco do que senti com os dois filmes que assisti essa semana.




O primeiro, na sexta-feira, foi "Gonzaga - de pai pra filho".
As pessoas fazem maior exaltação sobre o rei do baião, e acredito mesmo que o personagem Luiz Gonzaga seja a personificação de uma ode ao Nordeste. Como nordestina, filha do sertão, fico muito orgulha que por meio da música essa mensagem pode ser passada para o mundo. Mas acredito que o filme é muito mais. Percebi que a história e estórias de Luiz Gonzaga são contadas a partir do olhar (dúvidas, vontade de conhecer e amar) de seu filho Gonzaguinha (e que filho!). E todo desenrolar se dá por essa relação conflituosa e de muito amor, que é isso mesmo ser pai e filho (afinal você tem uma relação cor de rosa com seus pais/ou filhos?). Isso tudo pra desmistificar esse personagem/mito que se construiu em cima de Luiz Gonzaga, porque acima de tudo ele foi um ser humano  que errou, se iludiu, sorriu, sofreu, lutou e amou por toda sua vida. Tudo isso somado aquela trilha sonora magnífica e a aquela plástica? E aqueles planos? Quando acabou fiquei com vontade de assistir mais. Fui do riso ao choro em um minuto. Um filme que vale muito a pena assistir, comprar o dvd, fazer sessão pipoca em casa, rs.




O segundo, no domingo, foi "Zarafa" (e se pronuncia "Zarrafá").
Primeiro preciso dizer que esse filme faz parte do Fici - Festival Internacional de Cinema Infantil. E que ganhei ingresso participando de uma promoção no facebook. O filme é uma coprodução francesa e bélgica de animação. Que conta a história de um menino chamado Maki, a amizade com a girafa Zarafa e suas aventuras pelo mundo. Logo quando sai ouvi de uma pessoa que esse filme era "o filme infantil mais triste do mundo". Até entendo a concepção romantizada de mundo que os adultos tem, e que o filme trata da escravidão de pessoas no século 18, as relações de poder que o homem estabelece com os outros e a natureza, toda crueldade que é (também) intrínseco ao ser humano. Mas o filme não é agressivo, fala de agressão mais de uma forma que te emociona, quer desperta teu senso de justiça. E foi isso que senti, por mais que os adultos o repudiaram, as crianças saíram satisfeitas com o final. Tiraram de toda tristeza um motivo pra sorrir, pra lembrar, pra lutar. Acho que essa mensagem era mais importante: o mundo (as pessoas também!) é cruel, mas as pessoas podem ser melhores. E pra mim ficou marcado: "Não chore, as vacas são budistas!" (com um riso e uma lágrima). 

Fiquei reflexiva, queria colocar pra fora tudo que senti nessa semana, e agora, quase segunda, tenho tantas coisas pra pensar, rs.

Espero que tenham gostado e vontade pra assistir também!

Um cheiro!


Nenhum comentário:

Postar um comentário